“Mas tu tens cabelos cor d’ouro”

Mais um desafio da vizinha mais fiel da paróquia...

Foi pela noite já tardia de um domingo, que a conheci. Período pascal entre musica que um copo de whisky pede. Ainda me lembro como se fosse hoje, sentada imóvel fumando em frente a um altar… certamente que não o de uma igreja que se prepara em tempo de ressurreição mas cave em forma de gruta de milagres, onde se festeja o facto de estarmos vivos, ressuscitados!
Sorriso sincero e olhos atentos, quem a conhece sabe o que é uma boa primeira impressão.
Quatro anos passaram e muitas horas vividas… muitas delas boas e algumas menos boas mas que sabemos que nos fizeram crescer. Mantemo-nos vivos!
Para mim é a minha mana pequenina que nunca tive, que aprendi a gostar e que vejo a crescer!
Sou o irmão mais velho e protector? Muito alto esse papel para ser eu a o ter… mas seja lá o que eu for, quero é ver sempre aqueles olhos a rir. Lindos!
A princesa da avenida, como já alguém a chamou... mora numa rua de pedra cor de esperança, esperança como o sorriso de uma menina com todos os sonhos de arco-íris. Queira só que vocês a vissem. Rendida à escrita nestes últimos tempos, mais rendido fico a saborear o seu diário, uma delícia sempre acompanhada pelos mimos da vizinhança.
E os dias vão passando e algumas histórias ficam engraçadas ficam para contar… o bailarico para os lados da maia (quando me lembro onde fui parar), o cinema de treta em que deu para adormecer (desconfio que o problema é meu), o tipo em cabedal que entra de mota bar adentro (mais um “onde é que eu vim parar, só tu para me trazeres para este sítio!”), os montinhos de postais religiosamente espalhados pelo chão da sala entre códigos postais decorados à pressa, as fugas de sábado à noite… são quadros que não se esquecem.
Obrigado amiga!

"Mas você pode ter certeza
Que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora e vi dois
sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação..."