Não foi acaso que escolhi o 20-sete do sete de 2000-sete para, a desafio da arco-íris mais sua vizinhança, contar as 7 maravilhas do meu mundo e os 7 factos casuais da minha vida.
As sete maravilhas do meu mundo:
- o Mar e quase que arrisco que é maravilha para muitos mais. Gosto porque sim, ponto final. Quando se gosta consegue-se lá explicar? Seja a que hora for nunca se deixa adormecer, estranha vida que não descansa um segundo e nos tenta embalar na espuma. Pelo perfume, pelo sal, pela força que ora me leva e traz, pela paz d’alma quando falo com ele (bom ouvinte que bons conselhos me dá) e por não ter principio nem fim…
- um abraço, daqueles que nos colam o peito e nós sentir cúmplices;
- os amigos, nem sei se são muitos ou não, mas sei quem são. Aqueles com quem nem se dá pelo tempo correr e que afinal são os mais importante que a vida nos pode presentear;
- o pequeno-almoço na aldeia, depois do acordar com o cair da água no tanque.
Aquele monte em frente por onde vai espreitando devagarinho o sol da manha que quase se senta no meu banco de madeira corrido. O cheiro à terra ainda com orvalho, o silêncio interrompido por um galo que acorda…. e como sempre o pão quente com manteiga… Tudo isto que ainda me faz lembrar os fins-de-semana que em pequeno lá passava e quem em mais lado nenhum cheira igual;
- adormecer no sofá, no meu sofá. Ainda não consigo explicar o feitiço ou encanto mas sou sempre vencido. Já vou para lá resignado, como quem à partida vai à luta numa batalha perdida. Não podia ir antes para a cama, muito mais confortável? Não, claro que não, é lá que eu gosto de adormecer de pescoço torcido… Ando há mais de 2 anos a tentar ver o “Paris, Texas” e nada, nem a meio e quando acordo já me passou tudo à frente sem eu ver. Desconfio que sofro de algum caso clínico ou então é o raio do sofá…
- a minha vespa, pretinha como sempre quis. Só tem mais 10 anos que eu e manias de quem é maior de idade. Vamos sempre os dois e nunca nos zangamos, ora escolho eu, ora ela e lá vamos estrada fora… haviam de todos os companheiros de viagem ser assim;
- desculpem-me mas a minha 7ª maravilha, a que eu chamo de oitava, guardo-a só para mim, não levem a mal. Nem ela o sabe que é mas um dia eu segredo-lhe!
As sete casualidades do meu mundo:
- o à-vontade de quem se senta à mesa do café, sem rodeios e com muita gargalhada;
- o queijo em época natalícia! Adoro queijo todo o ano mas espero pelo natal para comer aqueles que cheiram mal;
- o sorriso aberto de quem não se vê há muito tempo e nos faz matar a saudade;
- a minha língua de fora e fazer caretas aos miúdos que andam dentro dos carros de bebé, e brindá-los com o jogo do gato e do rato pelos corredores do supermercado;
- abrir a persiana de manha e ver o regresso do sol depois de uma noite de temporal de Inverno;
- ouvir 10 vezes seguidas o mesmo CD no carro e no fim ainda nem saber o refrão, só me faz lembrar a minha fraca memória e que tenho pavor de me ouvir cantar;
- escutar uma estória da minha avó ao jantar e olhá-la como se a estivesse a viver ali, mesmo sendo em tom de voz cansada.